Injeção de energia na rede elétrica vs Injeção zero

Com as subidas consecutivas do preço da eletricidade ao longo dos anos, muitos portugueses estão a optar por realizar a sua transição para a energia solar como forma de reduzir custos e tornar as suas casas ou empresas mais eficientes.

Ao instalar painéis fotovoltaicos, surge uma questão que pode definir a rentabilidade do investimento: "Qual é a melhor opção: injetar a energia excedente na rede elétrica ou optar pela injeção zero?".

Esta decisão, entre injeção de energia na rede elétrica e injeção zero, não é apenas técnica — tem impacto direto na sua fatura de eletricidade, na independência energética e até na forma como o sistema é dimensionado. 

Neste artigo, explicamos as diferenças entre estas duas abordagens, cujo conhecimento se torna essencial para tomar uma decisão informada, onde fatores como regulamentação, incentivos e perfil de consumo desempenham um papel determinante.

Em que consiste a injeção de energia na rede elétrica?

A injeção de energia na rede elétrica é o regime mais comum em Portugal e consiste na possibilidade de injetar na rede a energia excedente que não é consumida no momento.

Este modelo está frequentemente associado ao sistema de compensação simplificada de energia, regulado pelo Decreto-Lei nº 162/2019, que permite contabilizar a eletricidade enviada para a rede e receber uma compensação financeira por ela.

Como funciona a injeção de energia na rede elétrica?

Durante o dia, os painéis solares produzem eletricidade que é consumida imediatamente, de forma a satisfazer as necessidades de energia da residência ou empresa.

Quando a produção excede o consumo, o excesso de energia é injetado na rede elétrica.

O operador da rede regista a energia injetada através de um contador bidirecional, e o proprietário da instalação recebe uma compensação monetária pela energia enviada, de acordo com o acordo estabelecido com a empresa fornecedora de eletricidade.

Vantagens da injeção de energia na rede elétrica em Portugal

Enumeramos as principais vantagens da injeção de energia na rede elétrica.

• Redução da fatura de eletricidade: O proprietário da instalação recebe uma compensação financeira pela energia injetada na rede elétrica, o que contribui para reduzir os seus custos com eletricidade.

• Facilidade de implementação: Esta modalidade é fácil de implementar necessitando para isso de apenas celebrar um contrato com uma empresa autorizada para a compra de energia.

• Aproveitamento do excedente de energia: Permite evitar o desperdício de eletricidade, especialmente em períodos de elevada produção solar, como durante o verão.
  
  

Desvantagens da injeção de energia na rede elétrica

É importante conhecer as desvantagens da injeção de energia na rede elétrica.

• Dependência da rede elétrica: Mantém-se dependente da rede pública, o que significa que a autonomia energética não aumenta de forma significativa.
  
  
• Potenciais e restrições técnicas: Em alguns casos, especialmente em zonas rurais com redes frágeis, a injeção de energia pode estar sujeita a limitações técnicas impostas pelo operador de rede.

O que é a injeção zero (Zero Export)?

A injeção zero, também conhecida como zero export, consiste na possibilidade de não enviar qualquer energia para a rede elétrica. A instalação de autoconsumo produz apenas a eletricidade necessária para satisfazer as necessidades da energia da residência ou empresa.

Este modelo tem vindo a ganhar popularidade em Portugal, sobretudo em empresas e residências que procuram maximizar a sua independência energética.

Como funciona a injeção zero? 

A energia produzida pelos painéis solares é utilizada primeiro para suprir os consumos imediatos da residência ou empresa.

Se houver baterias instaladas, o excedente de energia é armazenado, permitindo o seu consumo posterior, quando a produção for inferior ao consumo ou durante a noite.

O  inversor controla a produção de forma a que nenhuma energia seja enviada para a rede elétrica, evitando desperdícios e possíveis penalizações.

Vantagens da injeção zero em Portugal

Enumeramos as principais vantagens da injeção zero:

• Independência energética: Reduz a dependência da rede elétrica e protege contra a volatilidade do preço da eletricidade.
• Adequado a restrições legais: Em alguns locais, sobretudo em novas construções ou instalações industriais, existem limitações à injeção de energia na rede. A função de injeção zero permite cumprir estas normas.
• Maximização do autoconsumo: Permite aproveitar ao máximo a energia produzida pela instalação, especialmente quando combinada com soluções de armazenamento, como baterias.

Desvantagens da injeção zero

É importante conhecer as desvantagens da injeção zero.

• Maior investimento inicial: Requer inversores compatíveis com a função de zero export e, idealmente, baterias de armazenamento, aumentando o custo da instalação.
  
  
• Complexidade técnica: O dimensionamento do sistema deve ser mais rigoroso para garantir que a energia gerada é adequadamente utilizada ou armazenada.
  
  

Qual a melhor opção: injeção de energia na rede elétrica ou injeção zero?

A escolha entre injeção de energia na rede e injeção zero depende essencialmente das necessidades e prioridades de cada utilizador.

Se o objetivo principal é reduzir a fatura de eletricidade de forma prática, aproveitando a rentabilização da energia excedente, a injeção de energia na rede elétrica é normalmente a solução mais adequada.

Por outro lado, se a prioridade é maximizar o autoconsumo, aumentar a autonomia energética e reduzir ao mínimo a dependência da rede elétrica, a opção de injeção zero revela-se mais eficiente.

É essencial ter em consideração as limitações técnicas da rede elétrica e a legislação vigente, de forma a escolher a solução que proporcione poupança, eficiência e segurança.

Em suma…

A escolha entre injeção de energia na rede elétrica e injeção zero deve ser feita com base em:

• Perfil de consumo de energia;
  
  
• Objetivos de autonomia e independência energética;
  
  
• Regulamentação e limitações técnicas da rede elétrica;
  
  
• Orçamento disponível.
  
  

Em qualquer um dos cenários, a avaliação cuidadosa das opções disponíveis e o dimensionamento correto do sistema são fundamentais para garantir rentabilidade e eficiência.

Caso ainda tenha alguma dúvida ou questão sobre este tema, não hesite em entrar em contacto connosco.