Publicado em 09 Dec 2025. Para ler este artigo precisa de menos de 10 minutos
Uma das perguntas mais comuns entre as famílias que ponderam investir em energia solar é: “A partir de que consumo é realmente rentável instalar painéis solares?”
A resposta varia de caso para caso, mas existe um princípio fundamental: quanto maior for o consumo de eletricidade da casa — especialmente durante o dia — maior será a rentabilidade dos painéis solares e mais rápido se recupera o investimento inicial.
Neste artigo explicamos, de forma simples e prática, como avaliar a rentabilidade dos painéis solares, a partir de que consumo o investimento começa a compensar e quais os fatores que podem acelerar (ou atrasar) o retorno do investimento numa instalação fotovoltaica.
Índice de Conteúdos
Embora a rentabilidade dos painéis solares dependa sempre de uma análise personalizada — considerando fatores como hábitos de consumo, preço da eletricidade, orientação solar da casa e até o tipo de equipamento instalado — é possível estabelecer intervalos médios bastante realistas para famílias em Portugal. Estes valores ajudam a perceber rapidamente se o investimento faz sentido e qual o retorno esperado ao longo do tempo.
Para famílias que consomem menos de 2.000 kWh por ano, a instalação de painéis solares tende a não ser rentável.
Isto acontece porque a produção de energia solar é superior ao consumo diurno de energia, resultando numa grande quantidade de energia excedente vendida. Tendo em consideração, que o valor pago pelas empresas compradoras de energia é baixo, o retorno do investimento torna-se demasiado lento.
Este cenário é comum em:
Nestes casos, a rentabilidade dos painéis solares fica comprometida, e o investimento não se paga de forma eficiente.
Quando o consumo anual se situa entre 2.000 e 3.000 kWh, a instalação começa a tornar-se moderadamente rentável, sobretudo se existir consumo relevante durante o dia.
Fatores que aumentam a rentabilidade neste intervalo:
Nestas situações, já é possível ter um retorno ao investimento relativamente interessante, embora ainda dependente de uma boa gestão de consumo e da tarifa contratualizada.
Para famílias com consumos entre 3.000 e 4.000 kWh anuais, a rentabilidade dos painéis solares é clara.
Este é o patamar onde o investimento mais frequentemente compensa de forma consistente, dependendo de:
- Orientação solar e inclinação do telhado;
- Sombras;
- Preço da eletricidade;
- Qualidade e tecnologia dos painéis instalados.
Este perfil corresponde maioritariamente a famílias de 3 ou 4 pessoas, com utilização regular de eletrodomésticos e consumo em horários onde existe produção energia solar.
Para consumos superiores a 4.000 kWh/ano, o investimento em painéis solares torna-se altamente rentável, muitas vezes com retorno mais rápido do que a média.
Este nível de consumo é típico de famílias com:
- Esquentador ou termoacumulador elétrico;
- Utilização frequente de ar condicionado;
- Veículo elétrico para carregar em casa;
- Bomba de calor para aquecimento central ou AQS;
- Famílias numerosas (4 ou mais pessoas);
- Casas de maior dimensão.
Para estas famílias, a instalação fotovoltaica pode reduzir significativamente a fatura de eletricidade e proporcionar uma rentabilidade dos painéis solares excepcional.
Uma família que apresente um consumo total elevado, mas esse consumo esteja concentrado à noite (por exemplo, as pessoas só estão em casa à noite).
Nesse caso, a energia produzida durante o dia será maioritariamente injetada na rede elétrica, diminuindo a rentabilidade dos painéis solares.
Apresentamos alguns exemplos que ajudam a acelerar o retorno do investimento inicial em painéis solares e os comportamentos que atrasam o retorno.
- Existem pessoas na casa durante o dia;
- Existem pessoas em teletrabalho;
- Usa a máquina de lavar ou loiça durante o dia;
- Existe bomba de calor programada para funcionar com energia solar;
- Há carregamento de carro elétrico durante o dia;
- Usa o ar condicionado ou aquecimento elétrico ao longo do dia.
- A casa está vazia durante todo o dia;
- Quase todo o consumo de energia ocorre de noite;
- Não há equipamentos programáveis.
Assim, a pergunta mais importante não é apenas “Qual é o meu consumo anual?”, mas sim: “Quanto deste consumo acontece durante o dia?”
A poupança pode variar, mas em média o nível de poupança é:
Instalação sem baterias: poupança de 50% a 70% na fatura;
Instalação com baterias: poupança até 90%, se houver consumo adequado.
Uma família com 4.000 kWh/ano que consiga autoconsumir 60% da energia solar produzida pode facilmente poupar 700 € a 900 € por ano, dependendo da tarifa de eletricidade.
Como a vida útil de uma instalação é de 25 a 30 anos, o retorno acumulado é significativo.
O payback médio de uma instalação para famílias situa-se entre 3 e 6 anos, dependendo dos seguintes fatores:
1. Consumo diurno elevado;
2. Número de painéis adequado ao consumo real (nem excesso, nem insuficiente);
3. Boa exposição solar (sul, sudeste ou sudoeste);
4. Casa com eletrodomésticos de uso frequente;
5. Utilização de bomba de calor;
6. Preço da eletricidade contratado;
7. Possibilidade de adaptação dos hábitos de consumo;
8. Existência de baterias;
O maior acelerador do retorno é:
➡️ Quanto mais consumir durante o dia, mais rápido recupera o investimento.
Apresentamos alguns passos que deve realizar para conseguir ter uma noção da rentabilidade dos painéis solares na sua casa.
Passo 1 — Verifique o seu consumo anual
Está na sua fatura, em kWh/ano.
Passo 2 — Avalie o seu consumo diurno de energia
Faça uma análise dos equipamentos que funcionam durante o dia. Caso trabalhe em casa ou costume programar os seus eletrodomésticos para funcionar durante o dia, o autoconsumo será mais elevado.
Passo 3 — Compare com a produção dos painéis
Uma instalação típica de 6 painéis (2,5 a 3 kWp) produz entre 3.500 e 4.200 kWh/ano em Portugal Continental.
Passo 4 — Calcule o autoconsumo
Se usar 50% da energia produzida diretamente, já existe uma boa rentabilidade.
Acima de 60%, o investimento é altamente vantajoso.
Passo 5 — Analise o retorno da venda de energia excedente
Os excedentes são pagos a 0,05–0,07 €/kWh Portanto, é sempre melhor consumir diretamente do que vender.
As baterias aumentam o autoconsumo até 90%, permitindo utilizar a energia produzida pelos painéis solares durante a noite.
São recomendadas em situações como:
- famílias com consumo noturno elevado;
- casas com bomba de calor ou climatização;
- locais onde o preço da eletricidade é muito elevado;
- famílias que querem máxima independência da rede elétrica;
- tarifas bi-horárias com grande diferença entre períodos.
Embora a adição de uma bateria aumente o investimento inicial, esta pode acelerar o retorno em casas que apresentam um elevado consumo de energia.
Embora a adição de uma bateria aumente o investimento inicial, as baterias podem acelerar o retorno em casas que apresentam um elevado consumo de energia.
A rentabilidade dos painéis solares é maior em famílias com consumos superiores a 3.000 kWh/ano e com elevado consumo durante o dia, aproveitando ao máximo a energia produzida.
Com equipamentos duradouros e uma vida útil superior a 25 anos, o investimento compensa e proporciona uma poupança significativa ao longo de décadas.
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Mariana Santos
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